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Quais problemas têm potencial de se tornarem bons desafios de inovação aberta?

O processo de inovação aberta deve priorizar problemas para os quais a solução não é óbvia e quando há um alto potencial de participação qualificada.

O conteúdo deste post foi adaptado do livro Inovação Aberta na Prática, escrito por Bruno Martins RizardiTomaz Vicente Santos, que será lançado em breve pela GNOVA/Enap, como parte da coleção Inovação na Prática. Confira os títulos já disponíveis clicando aqui

 

Existem algumas pistas de que um problema ou desafio pode enfrentado por meio de inovação aberta ou não.

Nem sempre inovação aberta é a melhor opção

Se apenas alguns poucos atores conseguem propor soluções para o problema, é mais interessante que a equipe pense em outras vias de contratação de inovação, como por exemplo encomendas tecnológicas1. Problemas puramente técnicos cuja solução é razoavelmente consensuada entre os atores-chave que lidam com ele não precisam de inovação aberta. 

Um bom ponto de partida para entender se um problema é adequado é fazer uma pesquisa de mercado inicial: quais as soluções existentes para esse problema? Que tipo de produtos de prateleira existem? Existem melhores práticas para esse tipo de problema?

Tipos de tomada de decisão de acordo com a complexidade dos problemas

O maior valor de uma competição ou prêmio se consolida quando há muitos pontos-cegos ou discordâncias em relação a qual seria a solução para o problema em questão. A Matriz de Stacey2 mostra diferentes tipos de tomada de decisão para problemas. Desafios de inovação aberta têm maior impacto quando são utilizados para tomadas de decisão políticas, críticas, complexas e até caóticas. 

matriz stacey

O mapa acima é útil para visualizar os diferentes tipos de problema e ajudar equipes a avaliar qual o melhor caminho a se seguir com base no grau de certeza e no nível de concordância sobre o assunto em questão. 

Próximos de certeza: os problemas ou decisões estão próximos da certeza quando as causas do problema podem ser facilmente determinadas. Geralmente, esse é o caso quando um problema muito semelhante foi endereçado no passado. Nesses casos é possível extrapolar a partir de experiências anteriores ou boas práticas para prever o resultado de uma ação com um bom grau de certeza.

Longe da certeza: na outra extremidade do eixo horizontal estão as decisões que estão longe da certeza. Essas situações costumam ser únicas ou, pelo menos, novas para os tomadores de decisão. As causas do problema não são claras. Extrapolar a partir de experiências anteriores ou boas práticas não é um bom método para prever resultados na faixa longe da certeza.

Acordo: O eixo vertical mede o nível de acordo sobre uma questão ou decisão dentro do grupo, equipe ou organização, ou seja, o quanto a liderança está alinhada quanto a solução para aquela questão.

A região central da matriz é chamada de zona de complexidade: As abordagens tradicionais de gestão não costumam ser muito eficazes para lidar com problemas dessa zona, mas ela contém problemas que podem gerar soluções inovadoras e novos modelos de operação.

O tipo ótimo de problema para desafios de inovação aberta são os da zona de complexidade - para os quais há pouca certeza e pouco consenso organizacional sobre como resolvê-los.

Condições para um problema ser adequado para um desafio de inovação aberta

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Além do tipo de problema que irá se tornar um desafio de inovação aberta, a equipe deve avaliar a capacidade organizacional de conduzir um desafio.

O problema que se quer resolver não só deve ter alto potencial de participação, como também apoio político e recursos (humanos e financeiros) para investir no processo de inovação, como indicado na figura acima.

 

 

1A Encomenda Tecnológica (ETEC) é um dos instrumentos de estímulo à inovação instituídos pela Lei 10.973/2004 (Lei de Inovação), alterada pela Lei 13.243/2016 e regulamentada pelo Decreto 9.283/2018.

 

2Stacey RD. Strategic management and organisational dynamics: the challenge of complexity. 3rd ed. Harlow: Prentice Hall, 2002.