Desafio de inovação aberta busca soluções para pessoas com deficiência no setor público
Veja como soluções propostas em desafios de inovação aberta podem ser responsáveis pela construção de uma sociedade mais inclusiva
Em um país com mais de 18 milhões de pessoas com deficiência (PcD), representando 8,9% da população com mais de 2 anos, é necessário buscar recursos para atender às necessidades desse grupo, promovendo a inclusão e melhorando sua qualidade de vida. Neste cenário, a inovação aberta pode entrar em cena e propor soluções para os problemas que a PcD enfrenta em diversas áreas. Seja na saúde, no transporte público ou no mercado de trabalho, essa metodologia de inovação é capaz de transformar a vivência de muitos cidadãos.
Inovação aberta e a pessoa com deficiência no Brasil
Inovação aberta é uma abordagem que busca soluções criativas e eficazes por meio da colaboração entre diferentes atores, sejam eles empresas, instituições de pesquisa, organizações da sociedade civil ou até mesmo os próprios indivíduos.
No contexto brasileiro, em que ainda existem muitos desafios em termos de acessibilidade e inclusão, as soluções de inovação aberta podem ter um papel importante. Por exemplo, programas de hackathons ou competições de design podem reunir profissionais de diversas áreas para desenvolver tecnologias assistivas inovadoras, como dispositivos de comunicação alternativa, próteses acessíveis ou aplicativos de celular voltados para a acessibilidade urbana.
Além disso, a inovação aberta estimula a parcerias entre empresas, startups, universidades e organizações da sociedade civil, possibilitando o compartilhamento de conhecimentos, recursos e infraestrutura. Isso pode acelerar o desenvolvimento e a implementação de soluções inovadoras, tornando-as mais acessíveis e disponíveis para um número maior de pessoas em todo o país, como as que possuem alguma deficiência.
O próprio conceito de inovação aberta garante que sejam inclusivos processos de desenvolvimento de soluções para problemas públicos. Isso torna possível que soluções públicas para PcD podem ser criadas pelas próprias pessoas ou por pessoas que convivem com PcD. Dessa forma, as soluções públicas tendem a ser mais aderentes às necessidades reais das pessoas.
No entanto, é fundamental reconhecer que apenas a inovação aberta não é suficiente para promover a inclusão de PcD no Brasil. É preciso também garantir políticas públicas adequadas, investimentos em educação e formação profissional, além de medidas para combater o preconceito e a discriminação.
Datathon: pessoa com deficiência no serviço público
Com esse olhar de utilizar a metodologia de inovação aberta como aliada para desenvolver soluções, a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) realiza, com o apoio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD/MDHC), do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e do Impact Hub Brasil, o Datathon. Essa edição possui o objetivo de buscar soluções para os desafios que as PcD enfrentam no serviço público, por meio de leituras de dados.
O Datathon está convocando servidores(as) públicos, estudantes, acadêmicos(as) e outros(as) interessados(as) a identificar as adversidades enfrentadas pelas PcD com intuito de ampliar as visões sobre as problemáticas do setor público que as atingem diretamente.
Essa análise se faz cada vez mais necessária pelo crescente número de pessoas com deficiência que ingressam no serviço público brasileiro. De acordo com dados da INFOGOV/SIAPE, o número de PcDs nessa área cresceu de 3.942 pessoas em dezembro de 2014 para 6.720 em junho de 2023, um aumento de 70%.
A competição, que vai disponibilizar 40 vagas, será entre os dias 22 e 26 de julho, na sede da Enap. As inscrições são gratuitas e já estão disponíveis no portal Desafios Enap até o dia 21 de junho.