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Soluciona aí: municípios goianos cocriam soluções para melhorar a gestão fiscal

 

No dia 13 de novembro, representantes de diferentes municípios de Goiás se reuniram em Goiânia para participar da oficina “Soluciona Aí! Desafios reais, soluções conjuntas para municípios”, um encontro dedicado à inovação aberta e à criação colaborativa de soluções para melhorar o equilíbrio fiscal municipal. A atividade foi realizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com o Impact Hub Brasil e com a correalização do Hub Goiás e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás (Secti-GO).

O tema central do encontro foi o desafio fiscal vivido por grande parte das cidades brasileiras. Mesmo com a expectativa de aumento das receitas municipais, dados recentes da Firjan indicam que um terço dos municípios ainda se encontra em situação fiscal preocupante. A dependência de transferências, a baixa autonomia financeira e a falta de integração entre as áreas de planejamento, finanças e execução tornam mais difícil a implementação de políticas públicas consistentes e sustentáveis. 

Nesse cenário, a oficina apresentou a inovação aberta como uma estratégia para enfrentar problemas públicos complexos, em especial os relacionados à arrecadação e à execução do orçamento, mostrando o potencial do Marco Legal das Startups, do sandbox regulatório e da Contratação Pública para Soluções Inovadoras (CPSI).

Quem participou do encontro

A oficina reuniu representantes das prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Córrego do Ouro e Damolândia, além de gestores do governo estadual, integrantes de organizações do terceiro setor, empresas e academia, somando 50 participantes. 

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Essa diversidade de perfis foi fundamental para enriquecer os debates, uma vez que trouxe diferentes pontos de vista sobre os mesmos desafios fiscais. A combinação de experiências práticas de gestão, visão técnica, conhecimento acadêmico e atuação na sociedade civil ajudou a construir um ambiente colaborativo e aberto à experimentação.

Pontos de destaque da oficina

Ao longo da oficina, a equipe facilitadora conduziu os participantes em uma jornada de aprendizagem prática, sempre conectando conceitos de inovação aberta à realidade dos municípios. 

O trabalho começou com o uso da Árvore de Problemas, uma metodologia que ajuda a mapear causas e efeitos de um desafio. Os grupos analisaram dois problemas centrais: a baixa execução do orçamento municipal e a ineficiência da arrecadação. As conversas revelaram pontos comuns entre os municípios como: 

  • Falta de integração entre setores
  • Ausência de sistemas mais modernos 
  • Necessidade de fortalecer capacidades técnicas para monitorar e executar o orçamento com mais precisão.

Em seguida, foi utilizada a Matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas) para aprofundar a discussão. A partir dessa ferramenta, os participantes refletiram sobre como aumentar a eficiência da arrecadação sem elevar a carga tributária e como aprimorar competências internas e mecanismos de monitoramento para melhorar a execução orçamentária. O diálogo mostrou que muitos desafios fiscais são compartilhados pelos municípios, independentemente do porte ou da localização, e reforçou a importância de soluções construídas de forma colaborativa.

Colaboração em rede e dinâmica da teia

O encerramento da oficina foi marcado pela dinâmica da teia colaborativa, que simbolizou a interdependência entre os diferentes atores do ecossistema de inovação. Ao formar a teia, os participantes puderam visualizar como governo, empresas, academia e sociedade civil estão conectados e como a atuação conjunta fortalece a capacidade de enfrentar problemas públicos complexos. A atividade reforçou a mensagem de que a inovação aberta não acontece de forma isolada; ela depende de redes ativas, diálogo constante e confiança entre os envolvidos.

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Ao se enxergarem como parte dessa rede, representantes dos municípios reconheceram que a inovação aberta pode transformar desafios em soluções escaláveis e replicáveis, especialmente quando há cooperação entre diferentes níveis de governo e com o setor privado e o terceiro setor.

Resultados da oficina e próximos passos

Como desdobramento prático, a oficina deverá contribuir para a estruturação de dois desafios prioritários para o ano de 2026, voltados à baixa execução orçamentária municipal e à ineficiência da arrecadação. Esses desafios tendem a ser trabalhados em trilhas de inovação aberta, criando espaço para testes de novas soluções, parcerias com startups e uso de instrumentos jurídicos e regulatórios específicos para inovação.

Os municípios também deixaram o encontro com mais clareza sobre como: 

  • Aplicar o Marco Legal das Startups
  • Utilizar mecanismos de contratação pública para inovação
  • Mobilizar o ecossistema local na resolução de problemas públicos. 

O sentimento predominante ao final da oficina foi de confiança, curiosidade e motivação. Para os participantes, ficou evidente que a inovação aberta não é uma agenda restrita a grandes centros ou ao nível estadual, mas uma estratégia acessível para municípios de diferentes portes.

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